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Sexting

Isto não é um banco de bike: novo vibrador é pensado para todos os gêneros

Felipe Germano

05/07/2019 05h14

Em geral, você consegue dividir sextoys em duas categorias: os brinquedos que penetram, e os que são penetráveis. Ninguém precisa ser genial para entender, por exemplo, que um Rabbit foi pensado para entrar no corpo de alguém, enquanto ovos Tenga são desenhados justamente para dar prazer a quem coloca o pênis dentro deles.

Pois bem, adivinha só? As coisas não tem que ser assim.

Prova disso é a nova invenção que do casal americano Amy e Nick Boyajian. É o Enby, um sextoy para todo mundo, seja você homem ou mulher, cis ou trans. Não importa se você quer ser penetrado ou penetrar. 

O Enby parece um selim (ou banquinho de bicicleta, se você preferir chamar assim), e é justamente esse design meio diferentão que faz dele um vibrador tão útil.

Feito com um silicone flexível, o aparelho consegue dobrar e se ajustar ao corpo de quem usa.

Os criadores deixam bem claro que você pode utilizá-lo da maneira que quiser, mas dão quatro exemplos para conseguirmos entender um pouco melhor quão amplas são as possibilidades.

Um dos cenários é cavalgar no brinquedinho. Na base do Enby há texturas antiderrapantes que fazem ele fixar em uma superfície plana. Assim você consegue sentar tranquilamente no aparelho e deixar ele vibrar onde quiser.

Uma segunda sugestão é usá-lo como um envelope. Por ser flexível é muito fácil dobrar o vibrador e fazê-lo envolver um pênis. As mesmas texturas antiaderentes, inclusive, também foram pensadas como uma forma de estimular a glande.

Outro modo é aproveitar o Enby é colocá-lo por dentro da sua roupa de baixo. Ele se molda à sua virilha e a vibração estimula a região genitália.

O último modo sugerido é a dois. O design do Emby permite que ele seja facilmente colocado entre dois corpos. Dessa forma você consegue apimentar as coisas para mais de uma pessoa por vez.

Mais do que conseguir vender para todos os públicos, o casal Boyajian clama que a principal motivação do sextoy é ser inclusivo. "Emby", inclusive, é uma gíria para "Não-binário", em inglês. Um apelido para aqueles que não se sentem confortáveis se identificando como só homens ou só mulheres.

"Tínhamos uma amiga que começou a transicionar e comentou que teve que jogar vários dos sextoys fora, por conta das mudanças no corpo", contou Amy ao site OneZero. "Será que dá para criar algo que sirva para diferentes tipos de corpo, em diferentes circunstâncias?", se questionou na época. Questionamento esse que deu origem ao projeto, conta.

Este não é o primeiro sextoy que tenta alcançar neutralidade de gênero, mas pode ser o mais bem sucedido. O Transformer foi lançado em 2014 pela marca PicoBong mas foi mal avaliado em praticamente todo review. O Emby, por outro lado, já está recebendo avaliações melhores – mesmo tendo chegado às prateleiras há poucas semanas. Um começo promissor.

O brinquedo custa $ 75 (R$ 285) e entrega no Brasil, o frete pode variar dependendo da localidade e da pressa para ele chegar. Em uma simulação para entregar no centro de São Paulo a taxa variou entre R$ 85 (demorando entre 7 e 21 dias úteis) e R$ 250 (chegando em até 5 dias úteis).

Sobre o Autor

Felipe Germano é jornalista que escreve sobre Comportamento Humano, Saúde, Tecnologia e Cultura Pop. Para encontrar as boas histórias que procura contar, atravessa o planeta: visitou de clubes de swing e banheiros do sexo paulistanos à sets de cinema hollywoodianos. Trabalhou nas redações da rádio Jovem Pan, site Elástica, Revista Época e Revista Superinteressante - e agora colabora com o UOL.

Sobre o Blog

Sexo é o que há de mais antigo nesse planeta, e tecnologia nos traz o que há de mais moderno. Mesmo sem saber quem foi nosso antepassado mais antigo, dá para cravar: ele transava. Mas se engana quem acha que o sexo não mudou nada desde a primeira vez. A tecnologia evoluiu, e com ela nossos hábitos na cama (ou no chão, ou no celular...). Mas dá para juntar tudo, e divertir-se. Muito prazer, esse é o Sexting.