Se você transar com um robô, será traição? Quem está com você discorda
Os dois estão em um quarto de motel. Ela sentada na cama, claramente incomodada com a situação. O homem então se agacha. Olha nos olhos dela e pergunta:
O que está acontecendo? É sua primeira vez?
Com alguém como você…sim. – ela responde.
Ele é um robô.
A cena é de "A.I.: Inteligência Artificial" (dirigido em 2001, por Steven Spielberg). E o intérprete do amante cibernético é Jude Law. Não um Jude Law pintado de prata, com engrenagens aparentes, fazendo "bip" entre uma frase e outra. Só um Jude Law, com roupas comuns e um topetinho questionável. Em Hollywood, sexo com robôs perfeitos já acontece há tempos.
Na vida real, no entanto, a coisa é um pouco diferente. Os robôs sexuais existem, definitivamente, mas eles ainda estão longe de serem realistas. As máquinas até falam, mas as frases são truncadas. Outras juram que conseguem bancar uma expressão facial, mas a execução ainda lembra um pouco um manequim.
A ideia é que no futuro as coisas se aperfeiçoem até que tenhamos um Jude Law (ou qualquer uma das robôs de WestWorld, se preferir) na nossa própria cama.
Mas, e quando isso acontecer?
Transar com um máquina será traição? A pessoa que está com você considerará uma pulada de cerca ou um tempinho com um sextoy?
Definitivamente não será traição, e as parceiras levarão isso na boa! É o que acham a maioria dos homens. Bom, eles estão errados.
Um estudo feito pela Universidade de Bergen, na Noruega, se propôs a investigar exatamente isso. Imaginando um cenário, em 2035, onde robôs futuristas são altamente realistas e podem suprir todos os desejos sexuais de seu usuário.
A pesquisa então convocou 277 pessoas (163 homens e 114 mulheres) em sua maioria heterossexuais (90% hetero, 2% homo e 8% não se identificou) e pediu para eles se imaginarem nesse mundo.
Depois fizeram algumas perguntas:
- Você se incomodaria se seu/sua parceira/o usasse?
- Acha que a sua metade da laranja ficaria incomodada caso você usasse?
- Você sentiria algum tipo de ciúmes?
As respostas mostraram que, enquanto a maioria dos homens acreditava que suas parceiras não se incomodariam com o uso, a maior parte das mulheres cravou que, sim, não gostaria de ter um namorado ou marido que usasse a máquina.
As meninas, por outro lado, tinham certeza que seus parceiros ficariam incomodados se elas dividissem a cama com um robô. A maior parte dos caras, no entanto, jurou que não se incomodariam com a situação.
Não ligariam de saber que a esposa dormiria com uma réplica do Jude Law? Pelo jeito o machismo vai dar uma diminuída até 2035…
De qualquer forma, de acordo com o estudo, tanto homens quanto mulheres erraram na hora de imaginar como o sexo oposto encararia uma transa robótica.
"Nossa maior limitação aqui é o fato de ser uma questão hipotética, então é difícil que os participantes sejam precisos em como se sentiriam", afirma Mads Nordmo Arnestad, autor da pesquisa.
Ou seja, tudo é um grande exercício de imaginação, mas que traz algumas impressões sobre como humanos se relacionam hoje. A maior delas, com certeza, é a falta de diálogo. Converse com seu parceiro. Não espere mais 15 anos para isso.
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