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Sexting

Vibrador que aprende a dar prazer à mulher pode ser o gadget do ano

Felipe Germano

03/01/2020 04h00

O vibrador Lioness aprende o jeito que a dona gosta e sem precisar que ela diga como fazer (Reprodução Youtube/ Lioness)

A CES, principal feira de tecnologia do planeta, pode trazer boas vibrações para 2020. A organização do evento anunciou que um smart-sextoy está concorrendo ao Last Gadget Standing uma das maiores honrarias da indústria, dada a tecnologias aprovadas não só por um júri especializado, mas também por visitantes da CES.

O bafafá em torno do brinquedinho não é à toa. Chamado de Lioness (leoa, em inglês), o gadget nada mais é do que um vibrador bem inteligente. Ele é capaz de coletar dados sobre suas usuárias. Quanto prazer fulana tem quando a vibração sobe rapidamente? E gradualmente? Rápido primeiro e devagar depois? Ou o contrário? O sextoy vai aprendendo o que a dona gosta, e vai fazendo cada vez mais o gosto da cliente.

"Ficamos quatro anos desenvolvendo esse produto com médicos e pesquisadores sexuais", conta ao Sexting Liz Klinger, CEO e cofundadora da Lioness Inc. "Essa empresa foi fundada por pessoas que trabalhavam no Google X [laboratório de inovação da Google], e ex-tecnólogos da Amazon. Estamos trazendo tecnologia patenteada que até então só era vista em laboratórios", afirma.

A tecnologia em questão gira em torno de três sensores. Um é usado para medir a temperatura do seu corpo, outro para movimentos e um último para monitorar a pressão exercida dentro da cavidade vaginal. A chave gira em torno do último.. Com a pressão, o gadget consegue mapear o assoalho pélvico de suas usuárias (um conjunto de músculos na virilha que se contrai com o prazer sexual). É assim que ele sabe do que a dono gosta, sem ela nem precisar dizer.

Imagens do processo de pesquisa do vibrador (Divulgação Lioness)

"Ao rastrear periodicamente ao longo do tempo, você pode começar a identificar o que funciona e o que não funciona, além de identificar as nuances que você pode ter perdido no momento. A nova perspectiva ajuda as pessoas a aprenderem sobre si mesmas e a se sentirem mais confortáveis com sua sexualidade", afirma

O destaque na premiação aparece um anos depois de eventos conturbados envolvendo a CES e empresas de sex-tech. "Se não fosse por Lora DiCarlo, essa indicação não teria acontecido", afirma Klinger. DiCarlo é uma produtora de sextoys inteligentes que teve o prêmio retirado pelo CES depois de afirmarem que seu vibrador não condizia com o evento. O caso ganhou repercussão até que as regras da feira mudaram para aceitação de sextoys.

"Ganhar visibilidade sempre foi um desafio. A maioria dos grandes sites, como Facebook, Google e Amazon limitam e às vezes proíbem conteúdo relacionado à saúde sexual", afirma Kingler. "Palavras como 'vibrador' ou 'vagina' não devem ser tratadas como Voldemort em Harry Potter".

Sobre o Autor

Felipe Germano é jornalista que escreve sobre Comportamento Humano, Saúde, Tecnologia e Cultura Pop. Para encontrar as boas histórias que procura contar, atravessa o planeta: visitou de clubes de swing e banheiros do sexo paulistanos à sets de cinema hollywoodianos. Trabalhou nas redações da rádio Jovem Pan, site Elástica, Revista Época e Revista Superinteressante - e agora colabora com o UOL.

Sobre o Blog

Sexo é o que há de mais antigo nesse planeta, e tecnologia nos traz o que há de mais moderno. Mesmo sem saber quem foi nosso antepassado mais antigo, dá para cravar: ele transava. Mas se engana quem acha que o sexo não mudou nada desde a primeira vez. A tecnologia evoluiu, e com ela nossos hábitos na cama (ou no chão, ou no celular...). Mas dá para juntar tudo, e divertir-se. Muito prazer, esse é o Sexting.