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Bonecas hiper-realistas: novo site pornô é um Redtube só com elas

Felipe Germano

30/08/2019 04h00

Divulgação: Silicon Wives

A boneca inflável é praticamente o disquete do mundo erótico: apesar de ainda termos a sua imagem, ali, vivíssima na nossa imaginação, se trata de algo inimaginável no mundo real de 2019. Hoje, quem quer transar com um objeto humanoide investe nas bonecas sexuais realistas.

Como o próprio nome diz, são brinquedos sexuais que parecem humanos, produzidos com materiais que imitam a textura da pele, por exemplo. Prova disso é a nova profissão desses brinquedos: as bonecas agora possuem o status de atriz pornô.

Isso é o que está provando o DollBanger, um novo site se dedica exclusivamente a fazer filmes eróticos com bonecas.

A ideia não poderia ser mais simples: trata-se de um site pornô em que todos os vídeos são estrelados não por homens ou mulheres, mas por um boneca inanimada.

O projeto não soa tão absurdo quando pensamos no que esses brinquedos hiper-realistas já alcançaram. Espalhados pelo mundo, já existem dezenas de bordéis que contam com bonecas, e não prostitutas, para atrair clientes.

O uso, no entanto, ainda é um mimo para poucos. O brinquedo erótico custa um punhado de milhares de dólares. Anúncios no próprio DollBanger mostram que uma boneca não sai por menos de R$ 8 mil. A solução para muitos, então é assistir e imaginar – assim como em qualquer outro tipo de pornografia.

É nesse contexto que nasce a DollBanger.

Filme Lars and the Real Girl

Dá para entender o porque, em outros sites eróticos, você já consegue encontrar vídeos de donos de bonecas com seus novos brinquedinhos. No XVideos, por exemplo, a busca pelo termo "doll" ("boneca", em inglês) resulta em mais de 15 mil vídeos pornôs.

Foi justamente a crescente dos vídeos amadores que fez Calvin Taunton, que já é dono de outros sites pornôs, em investir no streaming focado nas bonecas.

Mas no fim, já que as bonecas são realistas, o resultado parece um filme pornô comum? Definitivamente não.

O problema é que as bonecas ainda não são tecnológicas o suficiente. Bonecas como a Harmony, que clama ser a primeira boneca com inteligência artificial (podendo conversar com os usuários), ainda são experimentais e estão em fase de teste antes de serem comercializadas. A saída para os produtores é apelar para artifícios como balões de diálogo. Enquanto um homem de verdade transa com a boneca e fala com a mesma, como se ela fosse uma pessoa, as respostas aparecem em inserções digitais. Pelo menos em mim, causou um estranhamento.

Bom, pelo menos você evita que minas de verdade tenham que entrar na problemática indústria pornográfica, para ganhar uma grana, né? Na verdade, não. A própria construção de bonecas sexuais vem causando polêmica entre especialistas em sexualidade. Kathleen Richardson pesquisadora que tem no currículo instituições como MIT e University College London, por exemplo, defende que esse tipo de sextoy ajuda a apenas a acelerar o processo de objetificação feminina.

Se a indústria seguir nesse ritmo, no entanto, a produção desse tipo de bonecas deve continuar –e se tornar cada vez mais tecnológica, como a já citada Harmony. Nesse caso, as bonecas realistas vão se tornar tão ultrapassadas quanto as infláveis –registro para elas estarem ali vivíssimas na nossa imaginação, mesmo se tratando de algo inimaginável para tantos.

Sobre o Autor

Felipe Germano é jornalista que escreve sobre Comportamento Humano, Saúde, Tecnologia e Cultura Pop. Para encontrar as boas histórias que procura contar, atravessa o planeta: visitou de clubes de swing e banheiros do sexo paulistanos à sets de cinema hollywoodianos. Trabalhou nas redações da rádio Jovem Pan, site Elástica, Revista Época e Revista Superinteressante - e agora colabora com o UOL.

Sobre o Blog

Sexo é o que há de mais antigo nesse planeta, e tecnologia nos traz o que há de mais moderno. Mesmo sem saber quem foi nosso antepassado mais antigo, dá para cravar: ele transava. Mas se engana quem acha que o sexo não mudou nada desde a primeira vez. A tecnologia evoluiu, e com ela nossos hábitos na cama (ou no chão, ou no celular...). Mas dá para juntar tudo, e divertir-se. Muito prazer, esse é o Sexting.