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Novidade na cama: covid-19 nos fez transar menos, mas ousar mais no sexo

Felipe Germano

16/07/2020 04h00

Gainis Graveris / Unsplash

Ninguém precisava de uma pesquisa para imaginarmos que o coronavírus fez o volume de sexo diminuir. Ainda assim, ela foi feita.

Uma pesquisa da Universidade de Indiana mostrou o óbvio: a quarentena fez com as pessoas se isolarem, bares foram fechados, dates do Tinder cancelados. De manchete em manchete, a pandemia empatou a transa de muita gente.

No mesmo estudo, no entanto, os pesquisadores constataram algo bem menos escancarado: sim, estamos transando menos -mas com mais diversidade do que tínhamos anteriormente.

A pesquisa realizada pelo Instituto Kinsey (hospedado na universidade, é o maior centro de pesquisas sobre sexualidade do planeta) conversou remotamente com 1.559 adultos.

Os participantes eram confrontados com uma lista de 49 itens. Cada tópico dizia respeito a uma atividade sexual: usar um sextoy, filmar um vídeo amador, receber sexo oral, fazer sexo vaginal, entre outros. Os respondentes, então, tinham que dizer com que frequência vinham realizando estes atos – e quão frequente eles eram ano passado – quando (lembra?) a pandemia ainda não tinha rolado (que saudades).

Os resultados mostraram que inevitavelmente o número de relações tinha caído. Sexo vaginal, por exemplo, antes rolava entre uma vez por semana a algumas vezes por mês –agora rola, no máximo, uma vez por mês.

Ao mesmo tempo, houve um número significativo de respondentes inovando na cama: 20% dos participantes disseram que tentaram pelo menos uma coisa nova no sexo por conta do isolamento.

E mais:

  • 14,6% dos respondentes afirmam que enviaram nudes pela primeira vez
  • 8,9% fizeram sua primeira filmagem se masturbando
  • 6,6% experimentaram estímulo anal
  • 1,6.% subiu seu primeiro vídeo pornô em um site adulto
  • 0,6% trocou suas primeiras mensagens eróticas com inteligências artificiais

Mesmo quem estava acompanhado também inovou na cama presencialmente:

  • 15,5% testaram novas posições sexuais
  • 7,3% começaram a usar sextoys junto com o parceiro
  • 4,4% ingressaram em fetiches de BDSM (como amarrar ou apanhar durante o sexo)
  • 5,4% assistiram a pornô acompanhado pela primeira vez
  • 1,6% filmaram o seu primeiro filme erótico em casal

Faz sentido. Aqui mesmo já falamos sobre os concursos de nude, apps para menages virtuais, ou orgias online que surgiram entre uma manchete coronavirística e outra.

"Fica claro que a vida sexual de muitas pessoas está passando por uma espécie de revolução, na qual elas estão expandindo seus repertórios sexuais", afirmam os pesquisadores, na conclusão de seu estudo.

"As restrições sociais generalizadas adotadas durante a pandemia do covid-19 parecem ter interrompido significativamente as rotinas sexuais e a qualidade geral da vida sexual das pessoas. No entanto, mesmo diante dessas mudanças drásticas, é evidente que muitos adultos estão encontrando maneiras criativas de adaptar suas vidas sexuais, inclusive na busca por sexo", completam.

A vida sexual pandêmica é obviamente menos agitada, mas, pelo jeito, trouxe menos obviedades entre quatro paredes.

Sobre o Autor

Felipe Germano é jornalista que escreve sobre Comportamento Humano, Saúde, Tecnologia e Cultura Pop. Para encontrar as boas histórias que procura contar, atravessa o planeta: visitou de clubes de swing e banheiros do sexo paulistanos à sets de cinema hollywoodianos. Trabalhou nas redações da rádio Jovem Pan, site Elástica, Revista Época e Revista Superinteressante - e agora colabora com o UOL.

Sobre o Blog

Sexo é o que há de mais antigo nesse planeta, e tecnologia nos traz o que há de mais moderno. Mesmo sem saber quem foi nosso antepassado mais antigo, dá para cravar: ele transava. Mas se engana quem acha que o sexo não mudou nada desde a primeira vez. A tecnologia evoluiu, e com ela nossos hábitos na cama (ou no chão, ou no celular...). Mas dá para juntar tudo, e divertir-se. Muito prazer, esse é o Sexting.